RESUMO
A crítica teatral, como rubrica e gênero de base do feuilleton, foi praticada no Brasil pelos primeiros impressores e editores franceses da imprensa periódica que por aqui se instalaram. Pierre Plancher, figura chave do processo de transferência das práticas culturais das mídias impressas, da França para o Brasil, lançou em língua francesa, no Rio de Janeiro, o periódico L’Indépendant (1824-1827), que Émile Sévène, deu continuidade sob o novo nome de L’Écho de l’Amérique du Sud (1827-1828). Em ambos, a crítica de espetáculos tinha espaço garantido. Assim, este artigo tem como objeto de estudo e a crítica teatral do Écho de l’Amérique du Sud, considerando o contexto de incorporação da coletividade e da diversidade cultural da vida urbana moderna, inserida no processo de modernização da imprensa periódica, ocorrido a longo do século XIX. A descrição e o exame das críticas teatrais, de seus métodos e procedimentos de apreciação, abordagens e estratégias de escrita compõem o foco do estudo, além da investigação sobre os indícios de sociabilidades presentes na rubrica teatral. Animadas pela cultura midiática e por ela incorporadas, as sociabilidades exploram as potencialidades dessa cultura da mídia impressa, em vias de pleno desenvolvimento e modernização em contexto transnacional.
Palavras-chave
Écho de l’Amérique du Sud; imprensa em língua francesa; século XIX; crítica teatral; sociabilidade