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Avaliação dos resultados do tratamento de 14 doentes de carcinoma espinocelular anal

A radioquimioterapia (RT/QT) tornou-se o tratamento de escolha para o carcinoma espinocelular anal (CEC). Na recidiva local ou na persistência da doença, deve-se instituir o tratamento cirúrgico. OBJETIVO: O objetivo deste estudo retrospectivo foi analisar os resultados do tratamento de doentes de CEC anal. MÉTODO: Acompanhamos 17 pacientes com diagnóstico anátomo-patológico de carcinoma espinocelular anal. Eram 14 (82,3%) do sexo feminino e três (17,8%) do masculino. A idade variou de 36 a 78 anos, com média de idade de 59,1 anos. Utilizando a classificação TNM, tivemos quatro (23,6%) no estádio I, seis (35,2%) no II, quatro (23,6%) no IIIa e três (17,6%) no IIIb. Todos foram submetidos a tratamento inicial com RT/QT, exceto um submetido a ressecção local. Definimos que a biópsia negativa, realizada entre 12 e 16 semanas após esse tratamento, determinaria o controle local da doença. RESULTADOS: Perdemos seguimento de três doentes (17,6%). Seguimos os 14 restantes (82,3%) entre um e cinco anos. Todos os doentes nos estádios I e II (10) apresentaram regressão total da doença, enquanto que três (75%) nos estádios IIIa e IIIb tiveram remissão completa. Realizamos a amputação abdomino-perineal de resgate em dois doentes e ressecção local em outros dois. A recidiva local ocorreu em dois (20%) nos estádios I e II e em dois (75%) nos estádios mais avançados (IIIa e IIIb). A sobrevivência em 3 anos foi de 100% nos que se encontravam nos estádios I e II, embora o controle da doença fosse atingido em oito (80%). Nos quatro doentes que estavam nos estádios IIIa e IIIb, a sobrevivência em um ano foi de 75% e em três anos foi de 25%. Esse último permanece livre da doença. Complicações do tratamento radioterápico ocorreram em oito doentes (57,1%). Nenhum óbito foi constatado durante o tratamento RT/QT. Os dois doentes, (14,3%) com sorologia positiva para HIV, apresentavam infecção anal pelo Papilomavírus humano (HPV). CONCLUSÃO: A análise dos nossos resultados evidenciou que o esquema de tratamento empregado foi efetivo para o controle local e preservação da função esfincteriana do ânus e que, na falha do tratamento radioquimioterápico, a operação de resgate controlou localmente a doença.

Carcinoma de células escamosas; Radioterapia; Quimioterapia


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