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Crianças à prova da escola: impasses da hereditariedade e a nova pedagogia em Portugal da fronteira entre os séculos XIX e XX

Este trabalho pretende discorrer sobre o debate pedagógico em Portugal do final do século XIX e do início do século XX. As fontes documentais utilizadas foram revistas especializadas em educação, dirigidas quer aos pais, quer aos professores. Tais periódicos, que continham artigos de renomados intelectuais e "pedagogistas" da época, tinham por objeto debater as grandes questões colocadas internacionalmente no campo educacional. Falava-se muito, na altura, da Nova Pedagogia, da Educação Nova, corrente que pretendia trazer para o campo educativo as contribuições do desenvolvimento da ciência e das recentes práticas de investigação já em vigor nos países tidos como mais adiantados, mais civilizados. Um dos temas que mereceram muito destaque entre os especialistas da época era aquele que conferia à educação a missão de combater, quer os impasses do meio, quer as limitações provenientes da hereditariedade. Contra os determinismos biológicos e sociais, cabia, portanto, à Pedagogia lutar. Sendo assim, o ato educativo era percebido, em larga medida, como uma aposta social, que seria empreendida por uma instituição específica, especializada e necessariamente renovada. A escola, já tida por "tradicional", não dava conta dos impasses com os quais os novos educadores se defrontariam. Cabia, então, alterar radicalmente velhas concepções de método e de conteúdo.

educação; infância; determinismo


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