Este artigo tem como tema central a questão do desejo romântico pela natureza como resposta a conflitos políticos contemporâneos. Tomando alguns exemplos da década de 1920 no Brasil, discuto a maneira como Macunaíma, de Mário de Andrade, constituiu-se como projeção de um espaço natural prévio a toda historicidade. Em contraste, apresento o ambiente extremamente conflituoso em que Koch-Grünberg coletou relatos indígenas sobre Makunaima. A natureza estetizada inventada pelo romantismo teve como efeito o encobrimento da violência constitutiva daquilo que ainda hoje se entende como a realidade nacional.
Macunaíma; Romantismo; Natureza