A proposta deste artigo é examinar as maneiras pelas quais alguns viajantes europeus que estiveram no Rio de Janeiro durante a primeira metade do século XIX diferenciaram os africanos na experiência da escravidão, tratando de um viés temático específico: os registros produzidos pela literatura de viagem oitocentista a respeito de suas belezas físicas, sinais corporais e expressões de cantos e danças. A convergência temática e valorativa desses relatos permite-nos observar a reiteração de certas tópicas que cristalizaram os significados mais comuns atribuídos pelos olhares estrangeiros aos africanismos com que depararam na cidade que continha, à época, a maior população escrava das Américas.
Escravos africanos; Viajantes europeus; Africanismos