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Do 'terror suicida' ao 'bárbaro': mídia e exclusão na política externa brasileira - o 11 de setembro segundo O Globo e a Folha de S. Paulo

O objetivo deste artigo é, sob uma perspectiva pós-estruturalista, examinar a cobertura dos atentados de 11 de setembro de 2001 pelos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, os jornais brasileiros impressos de maior circulação na época, no dia seguinte aos ataques. O argumento central que procuramos desenvolver é o de que a atuação de tais meios de comunicação foi fundamental na definição de práticas de exclusão no nível internacional. Ao situarem o Brasil como um insider com base na maior aproximação a valores internalizados no contexto de transbordamento global do espaço político norte-americano após o fim da Guerra Fria, desenvolvem uma 'política externa' em que sociedades e grupos não adaptados a tal padrão são classificados como 'disfuncionais' e 'anômalos' numa ordem de atores 'civilizados'. Consolida-se, assim, o entendimento da diferença - no caso, as organizações terroristas e seus patrocinadores - como alteridade, e se naturalizam hierarquias entre identidade e diferença.

mídia; política externa brasileira; terrorismo; pós-estruturalismo


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