O presente artigo discute, com base no De morali principis institutione, de Vicente de Beauvais, os critérios, a instituição e a função social da realeza cristã no século XIII. Tal propósito nos levou a perscrutar a imagem antiga do pastorado régio por oposição à ideia de razão de Estado. Escrevendo para o rei capetíngio, Luís IX, Vicente de Beauvais contrapõe a situação ordinária em que o governo político se apresenta, no plano histórico, ao modelo social visível em uma realidade sobrenatural, chamada ecclesia. Se, por um lado, a ecclesia permanece sempre uma referência idealizada e mística, por outro lado, a cristandade, regida por reis-pastores, pode oferecer a antecipação histórica da condição escatológica e pós-histórica que é o destino final dos homens.
política; realeza; pastorado régio