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Os perigos dos Negros Brancos: cultura mulata, classe e beleza eugênica no pós-emancipação (EUA, 1900-1920)1 1 Esta pesquisa contou com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) na forma de bolsa doutorado e de doutorado sanduíche, realizado na New York University em 2009. Agradeço a Barbara Weinstein, Sidney Chalhoub e aos participantes dos Grupos de Estudo e Pesquisa Cultura Negra no Atlântico (Cultna/UFF) e Intelectuais Negras pelas discussões realizadas, fundamentais para a escrita deste texto.

Por meio da articulação entre história social da cultura e do trabalho, o artigo discute o processo de fortalecimento da "cultura mulata" promovido por intelectuais afro-americanos das classes alta e média no período pós-emancipação. Ao analisar o "problema da liberdade" com base nos referenciais de beleza construídos por esses "novos negros", trago à cena textos e fotografias coletados das revistas The Half Century Magazine, de Boston, e The Crisis: a record of the darker races, de Nova York. Os magazines e outros títulos evidenciam que, entre 1900 e 1930, o sistema de segregação intrarracial baseado na tonalidade da pele ("colorismo") trouxe como consequência a "pigmentocracia". Ou seja, o privilégio da pele clara (light skin) em relação à escura (dark skin) no tocante às oportunidades de mobilidade social.

raça; respeitabilidade; pós-emancipação


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