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Paleocanais como indicativo de eventos regressivos quaternários do nível do mar no Sul do Brasil

Estudos sísmicos revelam paleocanais que dissecaram a região costeira do Rio Grande do Sul. Dois sistemas de paleocanais foram estabelecidos para a área da Lagoa dos Patos. O preenchimento do sistema de canais mais jovem é Holoceno. Ele é relacionado à última regressão marinha do Pleistoceno, correspondendo ao estágio isotópico 2 do oxigênio. O processo de incisão e preenchimento do sistema mais antigo é relacionado ao evento regressivo-transgressivo anterior, correspondendo aos estágios isotópicos do oxigênio 6-5. As linhas de paleodrenagens foram conectadas àquelas previamente reconhecidas na plataforma continental. À montante, elas podem ser conectadas ao curso atual dos rios Camaquã e Jacuí. As redes de paleodrenagens reconhecidas na zona costeira representam um sistema de ligação entre a bacia de drenagem continental e sítios deposicionais na bacia marginal, dissecando a plataforma continental exposta durante um evento de regressão forçada. A descarga do sistema mais jovem alimentou sistemas deltaicos instalados da borda da plataforma durante o período de mar baixo que perdurou até o final da última glaciação. A última transgressão afogou e preencheu os vales costeiros, fechando a ligação entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico. Os sistemas de paleodrenagens aqui considerados devem ter desempenhado um papel importante na arquitetura, distribuição faciológica e no espaço de acomodação da bacia marginal durante as oscilações do nível marinho no Quaternário.

sísmica de alta resolução; rede de paleodrenagem; Lagoa dos Patos


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