As Ciências Sociais foram as últimas a aceitar e incorporar a temática ambiental em seus respectivos temas de pesquisa. Entre elas, a Demografia talvez tenha sido a última a fazer esta conversão, incluindo aos poucos questões referentes à relação população/ambiente. O debate tem convergido para a crescente incorporação da dimensão espacial, sempre presente, mesmo não sendo o eixo central nos estudos demográficos, mas que na discussão ambiental se mostra preponderante. O desenvolvimento do campo, embora rápido e promissor, tem encontrado dificuldades inerentes a áreas de estudo que tendem à interdisciplinaridade, localizando-se na periferia de uma ciência em interface com outras. No Brasil, tais estudos também têm evoluído nas últimas duas décadas, sendo importante para seu delineamento a produção do Grupo de Trabalho "População e Meio Ambiente", da Associação Brasileira de Estudos Populacionais, privilegiado foco difusor destas preocupações no país. Em vista disso, este artigo procura refletir sobre a produção do grupo, na expectativa de trazer à tona alguns elementos acerca dos métodos, temas e problemáticas abordadas ao longo dos anos, no sentido de localizar em que ponto deste desenvolvimento se encontra a temática hoje, e quais as perspectivas e os desafios que se abrem para o futuro.
GT População e Meio Ambiente da Abep; Epistemologia e metodologia da Demografia; Distribuição espacial da população