A transmissão de malária em projetos de assentamento na Amazônia, definida como malária de fronteira, é resultado de um intrincado processo envolvendo fatores biológicos, ecológicos, socioeconômicos e comportamentais, apresentando uma transição temporal de altas a baixas taxas ao longo de aproximadamente oito anos. Como resultado, um dos grandes desafios é a compreensão desse processo, através da identificação das variáveis determinantes da transmissão, considerando-se dimensões temporais e espaciais. Neste artigo é apresentada uma abordagem metodológica que caracteriza perfis de risco de malária em projetos de assentamento, a partir de uma análise multidisciplinar. Composta de três etapas, a abordagem combina análise espacial, geoestatística e modelos de Grade of Membership. Os resultados ressaltam a importância de medidas de controle diferenciadas de acordo com o estágio do projeto de assentamento (implementação recente ou antiga) e o nível de transmissão em cada localidade.
Malária; Projetos de colonização; Amazônia; Krigagem; Indicadores locais de associação espacial; Modelos de Grade of Membership