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Ainda a Amazônia

No momento há grande preocupação com tentativas de internacionalizar a Amazônia. Entretanto, um exame rápido da história da região mostra que a reação, provocada por tentativas semelhantes, sempre deu resultados benéficos. O problema mais sério que o desmatamento da Amazônia provocará, é a mudança no total e, possivelmente, no regime das chuvas, tanto na região como nas áreas vizinhas. Os 6,5 trilhões de metros cúbicos de água que são evaporados, anualmente, pela floresta, em sua quase totalidade deixarão de entrar na circulação atmosférica. Essa quantidade de vapor d'água é que fornece 50% da chuva que cai na bacia. A questão do "pulmão do mundo" já foi suficientemente explicada, pois, uma floresta em estado "climax" não pode ter saldo de oxigênio. Além disso, o grande lançador de gás carbônico na atmosfera é o consumismo dos países ricos. Entretanto, resultados recentes parecem mostrar que esse gás carbônico não está provocando efeito estufa e aumentando a tempertura da terra. A experiência internacional e também a nacional têm mostrado que a melhor maneira de proteger uma floresta é dar a ela uma utilidade, logicamente, do ponto de vista do homem. A melhor proposta surgida até hoje foi a da criação das florestas regionais de rendimento, onde empresas madeireiras receberiam concessão para explorá-las, sem se tornarem proprietárias nem da terra nem da vegetação. Não é de hoje a vinculação entre floresta amazônica e dívida externa. Desde os projetos pecuários até os grandes empreendimentos industriais e de mineração, todos têm sido incentivados na ilusão de obter divisas para o pagamento da dívida externa. O problema das represas precisa ser repensado; está sendo inutilizada muita terra para a produção de pouca energia que, além do mais, pouco beneficiará a população brasileira. Os garimpos, tradicionalmente, têm sustentado o contrabando, principalmente de ouro e as mineradoras, a não ser as estatais, como a Vale do Rio Doce, pouco beneficiarão a Amazônia.


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