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Processo saúde/doença e complexidade em epidemiologia

Health/disease process and complexity in epidemiology

O emprego da idéia de complexidade em epidemiologia serve para assinalar as crises, tanto no domínio interno da disciplina - resultante de uma cada vez mais evidente limitação de seus instrumentos conceituais (modelos e teorias) para lidar com a realidade concreta da saúde - como no domínio do contexto cultural (paradigmas, quadro epistêmico, Zeitgeist, Weltanschauung) no qual os problemas de saúde estão inscritos. Apesar de ambas as abordagens serem pertinentes, sob a ótica do sistema e do ambiente, sua separação leva a uma apreensão restrita dos atuais desafios no campo sanitário, e, portanto, insuficiente para promover a saúde e o bem-estar de indivíduos, populações e biosfera. A idéia de complexidade propõe-se a ultrapassar esta precariedade, apontando o reducionismo das dicotomias oriundas da era moderna, que tende a não estar equipado para perceber o universo composto por relações e emergências de novas propriedades ao se transitar por níveis diferenciados de organização. Além disso, discute modos de encarar os processos que ocorrem entre os seres vivos de maneira a incluir dimensões dinâmicas, evolutivas e históricas. Assim, há indícios de crise da Epidemiologia que apontam para a necessidade da complexificação de seus instrumentos prático-discursivos, de forma a viabilizar construções mais satisfatórias do processo saúde-doença.

Epidemiologia; Epistemologia; Complexidade


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