Através da aplicação de um questionário padronizado a todas as mães que procuraram os serviços de puericultura das unidades sanitárias (US) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), RS, em setembro de 1990, buscou-se conhecer o impacto dos grupos de gestantes na promoção do aleitamento materno. Os resultados obtidos para 347 crianças revelaram que quase metade delas pertencia a famílias com renda inferior a dois salários mínimos mensais; 1/4 de suas mães apresentavam escolaridade inferior a quatro anos, sendo estas as que mais frequentaram os grupos. Apesar da maioria das mães ter feito pré-natal e pouco menos da metade ter participado dos grupos de gestantes, 1/3 das crianças estavam desmamadas aos três meses de idade e cerca de 80% delas haviam recebido chás nos primeiros meses. Os dados obtidos revelam um serviço com sérias deficiências em incentivar o aleitamento e em retardar a introdução de outros alimentos na dieta infantil. Espera-se, a partir dos dados obtidos, poder contribuir para a reestruturação dos programas existentes, bem como poder demonstrar que, a partir de recursos mínimos e de uma metodologia relativamente simples, é possível avaliar a qualidade dos serviços oferecidos à população.
Aleitamento Materno; Saúde Infantil; Gravidez; Saúde Comunitária