O artigo é um estudo antropológico que aborda os pressupostos éticos do tratamento médico ministrado em crianças portadoras de paralisia cerebral grave. A pesquisa foi realizada a partir de um trabalho etnográfico de oito meses, com pacientes em tratamento no Centro de Paralisia Cerebral do Hospital Sarah, Salvador. A observação da terapêutica ministrada a estas crianças, que apresentam pouquíssimas mudanças do quadro clínico, levou ao questionamento já bastante sugerido em discussões relativas à deontologia médica: Qual o objetivo do tratamento médico empregado nestas crianças? Na verdade, os resultados desta pesquisa indicaram a existência de explicações sócio-humanistas que estariam além da explicação médico-científica oficial, a qual resumiria a terapêutica a um fisicalismo corporal.
Paralisia Cerebral; Saúde da Criança; Antropologia Médica; Ética Médica