Acessibilidade / Reportar erro

Mortalidade infantil em duas coortes de base populacional no Sul do Brasil: tendências e diferenciais

Infant mortality in two population-based cohorts in southern Brazil: trends and differentials

Estudou-se a tendência temporal da mortalidade infantil através de dois estudos de coorte realizados em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 1982 e 1993. Ambas coortes incluíram todos os nascimentos hospitalares e óbitos verificados através de visitas regulares aos hospitais, cartórios e cemitérios. As informações sobre a causa de morte foram obtidas através de entrevistas com pediatras, revisão do prontuário, necrópsias e entrevista com os pais das crianças. O coeficiente de mortalidade infantil caiu de 36,4 por mil nascidos vivos para 21,1 na década. As principais causas de mortalidade infantil em 1993 foram as perinatais, malformações congênitas, diarréia e infecções respiratórias. Crianças com baixo peso ao nascer apresentaram mortalidade 12 vezes maior do que crianças com peso adequado, e crianças pré-termo, duas vezes mais do que crianças com retardo de crescimento intra-uterino. Crianças de famílias com renda baixa (um salário mínimo) apresentaram mortalidade sete vezes superior àquelas com renda alta (10 salários mínimos). A mortalidade de crianças de baixo peso ao nascer e alta renda familiar decresceu em 67%, contra apenas 36% para as de baixa renda. Conclui-se que, mesmo com uma queda expressiva da mortalidade infantil na década, persistem importantes desigualdades sociais.

Mortalidade Infantil; Peso ao Nascer; Renda Familiar; Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica; Epidemiologia


Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rua Leopoldo Bulhões, 1480 , 21041-210 Rio de Janeiro RJ Brazil, Tel.:+55 21 2598-2511, Fax: +55 21 2598-2737 / +55 21 2598-2514 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br