O debate sobre os fundamentos éticos da comercialização de partes do corpo humano cresce a cada dia na bioética. Este artigo discute os princípios da ética e da autonomia contidos no mais importante estudo etnográfico sobre o tráfico internacional de órgãos, trabalho coordenado pela antropóloga Nancy Scheper-Hughes. O artigo mostra que a defesa da ética da não-comercialização exige o reconhecimento de fundamentos absolutos e inalienáveis para o ser humano, um pressuposto político cuja legitimidade os antropólogos relativistas resistem em reconhecer.
Tráfico de Órgãos; Pesquisa; Antropologia; Ética