Este estudo ecológico, baseado nos dados secundários da vigilância epidemiológica e usando município como unidade de análise, mostrou que as coberturas da vacina contra sarampo foram menores de níveis necessários para erradicação (95%) e controle (90%) em grande parte do Estado de Santa Catarina, Brasil, antes e durante a epidemia de 1997, principalmente da segunda dose da vacina, prevista para 15 meses de idade dentro da vacina triviral. Houve melhora nos anos seguintes, mas continuou faltando a homogeneidade da cobertura. Baixas coberturas vacinais foram associadas com maior incidência de sarampo, mas, no ano epidêmico de 1997, surtos menores de sarampo ocorreram até em alguns municípios com coberturas acima de 95% no primeiro ano de vida, com maior concentração naqueles com baixa cobertura da vacina triviral. Cerca de 80% dos casos de sarampo no período de 1996-2000 ocorreram entre escolares e jovens adultos. A circulação do vírus do sarampo no ano anterior e a densidade populacional aumentaram o risco de sarampo. Dois casos importados em 2004 ilustram bem porque ainda não podemos falar de erradicação e sim de eliminação do sarampo no Estado.
Sarampo; Incidência; Vacina contra Sarampo