Este estudo investiga signos, significados e práticas relacionados à normalidade e saúde mental numa área do litoral norte da Bahia, Brasil. Discute concepções locais sobre a inexistência e existência exclusiva da normalidade mental, assim como os diversos pontos de vista sobre a normalidade mental total. Identifica protótipos de normalidade, como "pessoa normal", "quase normal" e "falso normal", bem como signos que permitem reconhecer uma pessoa como mentalmente normal. Revela valores e conceitos que fundamentam a classificação local das pessoas quanto à normalidade mental e propõe um dispositivo estrutural de saúde composto por elementos morais, científicos, religiosos, ambientais e macrossociais. Analisa práticas locais de normalização e promoção de saúde mental e a configuração de um sistema de signos, significados e práticas de normalidade. Por fim, discute as dimensões primária, secundária e terciária da saúde. Analisa todos esses aspectos comparando as concepções locais com a literatura de referência científica sobre o tema, sobretudo a epistemologia médica, psicanálise, teoria sociológica do rótulo e antropologia médica.
Epistemologia; Psicanálise; Sociologia; Antropologia