O presente trabalho objetivou a aplicação de uma abordagem antropológica de diagnóstico rápido da percepção de riscos no trabalho rural. O estudo foi realizado na região da Microbacia do Córrego do São Lourenço, Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. A metodologia aplicada esteve baseada em: observações participantes na localidade; entrevistas semi-estruturadas com 24 informantes-chave, selecionados entre os produtores rurais da região (aproximadamente 120); e avaliação do processo de trabalho local. A análise dos dados desvelou uma série de questões relacionadas com a percepção de riscos da população estudada, incluindo o desenvolvimento de estratégias de defesa frente aos perigos vivenciados no trabalho, a importância da comunicação na construção dos referenciais de risco entre os trabalhadores, as respostas subjetivas frente a situações de potencial dano à saúde e o papel da percepção individual e coletiva dos riscos na determinação da exposição a produtos químicos perigosos, sobretudo os agrotóxicos. Os resultados apontaram para a importância das análises de percepção de riscos no processo de construção de estratégias de intervenção no meio rural, sobretudo políticas e campanhas educativas e de comunicação de riscos.
Praguicidas; Saúde Ocupacional; Risco; População Rural