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Contadores de histórias: práticas discursivas e violência de gênero

Storytelling: discursive practices and gender violence

Este artigo analisa uma oficina de contadores de histórias, uma intervenção fundamentada nos referenciais das narrativas orais, que ocorreu em uma organização não governamental sediada no Município de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. A oficina foi construída em três momentos, compreendendo: a narração de uma história com o foco em violência de gênero, a discussão da narrativa e a realização de pinturas corporais. O referencial usado foi o das práticas discursivas e, nas falas dos oficineiros, foram identificados pelo menos dois repertórios interpretativos: um deles pautado na categoria gênero e o outro, ancorado na cotidianidade e na rememoração das histórias de vida dos participantes. Além dos repertórios, ressaltamos a variabilidade manifesta nas contradições e nas incongruências que permearam os diálogos presentes nas argumentações. As narrativas, enquanto ferramentas para trabalhar com mulheres em situação de violência, têm sido pouco exploradas, sobretudo como possibilidade de intervenção em saúde coletiva. Nesta pesquisa, as histórias foram analisadas como possíveis estratégias para enfrentar as desigualdades de gênero, mostrando-se uma ferramenta analítica poderosa para avaliar ações de saúde coletiva.

Práticas Discursivas; Narrativas; Gênero


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