O impacto da violência sobre o perfil de saúde da população nos grandes centros urbanos brasileiros é uma realidade e tem sido incorporado na agenda das ações de saúde. Embora o crescimento dos crimes contra a vida seja sentido por toda a população, a sua distribuição pela cidade ocorre de modo desigual. Nesse contexto, ferramentas de análise que permitam produzir uma avaliação do risco de homicídio e de sua distribuição espacial potencializam os meios de vigilância e prevenção. Este artigo oferece uma contribuição nessa direção. Uma metodologia geoestatística é empregada para a estimação e mapeamento do risco de homicídio, sob o enfoque de um novo estimador de semivariograma, e tem sua aplicação avaliada na cidade de São Paulo, Brasil, para o período de 2002 a 2004. Cenários para o risco de homicídio são gerados com base na co-krigeagem binomial e de procedimentos de simulação estocástica, possibilitando a delimitação de áreas com maior ou menor risco, que podem ser usados para estudar condicionantes espaciais da violência e auxiliar para um melhor entendimento dos problemas por meio da análise de suas diferenças ao longo dos territórios das cidades.
Homicídio; Análise Espacial; Medição de Risco