Um estudo transversal de base populacional foi realizado em Pelotas, Sul do Brasil, para determinar a prevalência de insegurança alimentar, além de descrever o estado nutricional dos membros das famílias que vivem nessa condição. A amostra incluiu 1.450 domicílios da área urbana de Pelotas. Nessas famílias, foi aplicada uma versão curta da Escala de Segurança Alimentar (United States Department of Agriculture) - seis questões aplicadas ao responsável pela alimentação no domicílio referente aos 12 meses anteriores à entrevista. Se o domicílio foi classificado como inseguro, todos os membros foram pesados e medidos. A prevalência de insegurança alimentar para todas as famílias foi de 11% (IC95%: 9-13). Nas famílias que vivem em insegurança coexistem por um lado, o excesso de peso e obesidade entre as crianças e os adultos e, por outro, uma prevalência substancial de déficit de crescimento entre as crianças (21%). Conclui-se que esse estado de insegurança alimentar pode estar relacionado não somente à diminuição da quantidade de alimentos como à perda da qualidade nutritiva.
Hábitos Alimentares; Estado Nutricional; Segurança Alimentar e Nutricional