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Voluntariado e negociação de protocolos de vacinas anti-HIV no Brasil

Volunteers and negotiation of anti-HIV vaccine protocols in Brazil

O estudo acompanhou a rotina de um ensaio clínico de vacinas experimentais anti-HIV no Rio de Janeiro, Brasil, focalizando os processos de recrutamento, seleção e seguimento dos voluntários. Utilizaram-se técnicas de observação da rotina do centro de pesquisas e entrevistas a profissionais e voluntários. Os resultados evidenciaram que o ensaio é uma atividade coletiva, em que constantes negociações são necessárias entre o que é exigido pelo protocolo e o que precisa, pode ou deve ser adaptado para que ele funcione, em função de situações como: tempo prolongado de aprovação do estudo pelas instâncias regulatórias, dificuldades no recrutamento de voluntários, até problemas maiores como a descontinuidade das vacinações (ocorrida no protocolo estudado). Discute-se como a aplicação do protocolo transborda o script técnico-científico, transformando-se em um objeto fronteiriço entre mundos sociais diferentes. O protocolo é adaptado segundo uma ordem local, de acordo com a dinâmica das relações sociais, não podendo desconsiderar-se a constante inter-relação entre ciência, sociedade, técnica e política.

Vacinas contra AIDS; Programas Voluntários; Ensaios Clínicos como Assunto; Síndrome de Imunodeficiência Adquirida


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