O câncer de mama é a neoplasia mais frequente em mulheres e alguns estudos mostram desigualdades sociais na sua incidência e sobrevida, o que é pouco estudado no Brasil. Para avaliar a iniquidade no seu prognóstico, foi feito estudo de coorte hospitalar. O seguimento foi realizado por busca ativa nos registros médicos e Sistema de Informação sobre Mortalidade, contato telefônico e consulta de situação cadastral no Cadastro de Pessoas Físicas. As funções de sobrevida foram estimadas pelo método de Kaplan-Meier e o modelo de riscos proporcionais de Cox foi utilizado para avaliação prognóstica. Foi estimada uma sobrevida específica pela doença de 76,3% (IC95%: 71,9-81,0) em 5 anos. As mulheres atendidas no serviço público tiveram pior prognóstico (HR = 1,79; IC95%: 1,09-2,94), e tal efeito foi mediado, sobretudo, pelo estadiamento da doença mais avançado no momento do diagnóstico. Tais achados apontam para a existência de desigualdades de acesso a ações de rastreamento, com as mulheres de menor posição socioeconômica tendo diagnóstico mais tardio e consequentemente pior prognóstico.
Neoplasias da Mama; Prognóstico; Análise de Sobrevida; Equidade