Resumo:
O objetivo deste artigo foi discutir a recomendação do rastreamento mamográfico do câncer de mama e suas bases técnicas. A primeira parte tece considerações sobre critérios de decisão, que devem ser coerentes com evidências científicas de alta qualidade. A segunda discute o sobrediagnóstico, o maior dano do rastreamento, e seu significado questionador do modelo da história natural da doença. A terceira parte sintetiza estudos sobre eficácia, efetividade e danos do rastreamento, mostrando que os últimos (principalmente sobrediagnósticos e falsos positivos) são significativos e tornam a balança entre danos e benefícios duvidosa. Conclui-se que a recomendação de rastreamento mamográfico deve ser reconsiderada pelas autoridades sanitárias brasileiras em qualquer idade.
Palavras-chave:
Programas de Rastreamento; Neoplasias da Mama; Prevenção Secundária