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Levantamento florístico das macroalgas da baía de Sepetiba e adjacências, RJ: ponto de partida para o Programa GloBallast no Brasil

Floristic survey of the macroalgae from Sepetiba bay and surrounding area, Rio de Janeiro State: starting point for the GloBallast Programme in Brazil

O Porto de Sepetiba, Estado do Rio de Janeiro, foi escolhido, no Brasil, como área-piloto do projeto "Remoção de barreiras para a implementação efetiva do controle de água de lastro e medidas de gestão em países em desenvolvimento" (Programa GloBallast). Para possibilitar comparações, os seis países participantes do Programa GloBallast foram orientados a adotar a mesma metodologia para o levantamento preliminar da biota das áreas-pilotos valorizando a identificação em nível de espécie. O presente estudo teve como objetivo aplicar metodologia estabelecida pelo Centro para Pesquisa sobre Espécies Marinhas Introduzidas, da Austrália (Procedimento CRIMP), com algumas adaptações, no levantamento florístico das macroalgas de substratos consolidados naturais da área-piloto do Porto de Sepetiba. Coletas de macroalgas foram realizadas em novembro/2001, em nove locais da baía de Sepetiba e adjacências, desde a franja da região sublitorânea até cerca de -4 m de profundidade. Em cada local, seis quadrados de 0,1 m² de área foram raspados. O material foi depositado no Herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB). Das 96 espécies identificadas (20 Chlorophyta, 16 Phaeophyta, 60 Rhodophyta), 12 não haviam sido citadas anteriormente para a área de estudo. Cladophora pellucidoidea C. Hoek, Coelothrix irregularis (Harv.) Boergesen e Acrochaetium savianum (Menegh.) Nägeli são ocorrências novas para o Estado. Não há indícios de que as novas ocorrências equivalem a espécies recentemente introduzidas por meio das atividades portuárias. O procedimento metodológico adotado mostrou-se eficiente, resultando em listagem de espécies comparável às de levantamentos florísticos com maior esforço amostral e complementando os dados pretéritos existentes para a baía de Sepetiba e adjacências. No entanto, ressalta-se a importância de uma reavaliação das escalas temporal e espacial da estratégia de amostragem, em estudos futuros. Recomenda-se a padronização metodológica para o levantamento florístico de áreas portuárias como a baía de Sepetiba, e de outras áreas do litoral brasileiro sujeitas à interferência do homem, tomando por base o procedimento CRIMP.

água de lastro; baía de Sepetiba; florística; macroalgas; monitoramento


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