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Gênese da dor na artrose

Avanços no conhecimento da fisiopatologia da dor em doentes com osteoartrose de joelho apontam para a participação do sistema nervoso central como fonte mantenedora e amplificadora do quadro álgico refratário aos tratamentos ortopédico e reumatológico habituais. Inicialmente, a hipersensibilidade é observada apenas no local afetado. Entretanto, quando a dor torna-se refratária, mecanismos de sensibilização central e periférica passam a contribuir para a manutenção e amplificação dos quadros dolorosos, independentes do processo periférico que a originou. Neste estágio, mesmo a remoção do agente etiológico pode não mais ser suficiente para o alívio dos sintomas dolorosos. Faz-se necessário então considerar que outros fatores, distantes da própria articulação acometida, podem ser os responsáveis pelos sintomas dolorosos e incapacitantes nestes doentes. No momento não há cura conhecida para a osteoartrose e o objetivo do tratamento é a melhora da dor, da função e da qualidade de vida relacionada à saúde, minimizando, sempre que possível, a toxicidade terapêutica. Diante das evidências emergentes sugerindo o papel do sistema nervoso central na fisiopatologia da dor em doentes com artrose de joelho, os alvos terapêuticos devem contemplar as estruturas do sistema nervoso central, ao invés do tratamento apenas local com analgésicos comuns, antiinflamatórios e medidas não farmacológicas. Assim, modalidades de modulação da medula espinal e do córtex cerebral, incluindo o uso de antidepressivos, podem ter o seu papel no manejo desses doentes.

Artrose; Joelho; Dor


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