O estudo investigou a experiência da maternidade em portadoras do HIV/Aids aos três meses de vida do filho/a. Participaram seis mães (19 a 30 anos), de nível sócio-econômico baixo, três das quais já eram portadoras da doença quando engravidaram, enquanto as demais souberam no parto. As mães foram entrevistadas e suas respostas foram examinadas por meio de uma análise de conteúdo qualitativa baseada em quatro eixos teóricos: vida-crescimento, relacionar-se primário, matriz de apoio e reorganização da identidade. Os resultados mostraram que as mães tinham muitas preocupações com a possibilidade de infecção do filho/a e com a saúde do bebê, além de sentimentos de incerteza quanto ao futuro, culpa e medo do preconceito. Esses temores pareciam mais intensos para as mães que tiveram seu diagnóstico no parto. O estigma do HIV/Aids, conflitos familiares, dificuldades com o diagnóstico e o tratamento, além de restrições sócio-econômicas e em sua rede de apoio exigiam grande esforço emocional dessas mulheres, sugerindo a necessidade de intervenções psicossociais visando à adesão ao tratamento, à qualidade de vida e ao desenvolvimento do bebê.
HIV/Aids; maternidade; família