O presente trabalho examina criticamente a atualidade da noção de socialização política, tendo em vista as questões que hoje se colocam sobre o distanciamento dos jovens em relação à política. O conceito de socialização política é analisado sob dois aspectos principais: em primeiro lugar, são discutidos seus pressupostos relacionados a uma teoria identitária de subjetividade que essencializa posições subjetivas relacionadas à idade, e se apoia numa visão desenvolvimentista da trajetória de vida humana. Em segundo lugar, discute-se como os estudos de socialização política pressupõem uma divisão entre espaços público e privado, em que as relações de transmissão cultural entre jovens e adultos, restritas ao espaço privado, desconsideram a contribuição da juventude em relação às decisões da vida em comum.
socialização política; juventude; relações intergeracionais; subjetividade