RESUMO
Investigaram-se as concepções e modos de viver em família de quatro mulheres lésbicas que têm filhos. Utilizou-se uma entrevista aberta para coleta de dados e a análise baseou-se no método fenomenológico crítico. Os resultados mostraram que: (a) as estratégias para acesso à parentalidade (adoção, coparentalidade e relações heterossexuais anteriores) são diversas e ora reproduzem o binarismo heterossexual, ora o desnaturalizam; (b) a família foi caracterizada como um espaço afetivo e de proteção; e (c) a legalização do casamento foi percebida como uma forma de garantir direitos sociais e jurídicos. Ressalta-se a pluralidade e complexidade dessas famílias, ao mesmo tempo em que se mostra a inviabilidade de se traçar uma concepção única sobre as famílias homoparentais.
Palavras-chave:
família; homoparentalidade; lésbica; casamento; gênero