Neste artigo, cujo objeto de investigação é a metonímia, pretende-se analisar casos não convencionalizados desse processo, como o enunciado - eu estou estacionado - para o qual se tem tradicionalmente atribuído uma análise pragmática. Como aporte teórico à análise, destacam-se Pustejovsky (1995) e Jackendoff (2002). O primeiro trata a polissemia lógica baseado no Léxico Gerativo, que combina os níveis de representação lexical com os mecanismos gerativos responsáveis pela explicação de novos sentidos. O segundo trata os casos de metoníma não convencionalizada como um processo de composição enriquecida, por meio do qual se representa a parte contextualizada do enunciado na estrutura conceitual. Propondo uma aproximação entre os dois autores, o dado linguístico selecionado é analisado como um mecanismo de coerção de tipo, cuja formalização mais abrangente é a composição enriquecida, enfatizando a relação de posse como a relação que viabiliza tal coerção.
metonímia; composição enriquecida; coerção de tipo; posse