Este texto apresenta o conceito de "epistemofagia" em referência ao movimento cultural brasileiro modernista dos anos 1920. Em seguida, descreve um programa universitário analisado como "epistemofágico", já que desenvolvido com o propósito explícito de (1) desafiar pressupostos sobre a natureza do conhecimento acadêmico, como ele é construído, valorizado e distribuído, bem como de (2) apresentar alternativas às posições de sujeito ocupadas por professores e alunos universitários. Na tentativa de incluir conhecimentos locais na cena acadêmica, esse programa universitário, portanto, é concebido, aqui, como demandando, por um lado, uma epistemologia do conhecer como uma atividade colaborativa e contextualmente construída, e, por outro, possibilitando uma ontologia informada por identidades locais e globais em sua relação com o conhecimento institucionalizado.
Conhecimento; Educação Superior; Currículo