À medida que se completam 30 anos da morte de Hannah Arendt, a autora começa a se destacar como uma das principais filósofas e pensadoras sobre a natureza do político na segunda metade do século XX. Sua principal contribuição ao conceito de política é o resgate de um conceito de ação como a instauração do novo. Diversos autores já apontaram a inspiração greco-ateniense do empreendimento arendtiano. Este artigo pretende mostrar que, além da inspiração greco-ateniense que levou ao conceito da novidade da ação, a obra de Hannah Arendt também possui uma inspiração romano-republicana necessária para pensar a institucionalização de novas formas de ação. O texto pretende mostrar que as duas dimensões estão em uma posição de tensão na obra arendtiana, e que essa tensão encontra uma solução parcial nos escritos arendtianos sobre a república nos Estados Unidos.
Hannah Arendt; Ação; Fundação; Autoridade