O surgimento, e afirmação, de uma corrente de estudos críticos em segurança internacional plantou firmemente a idéia de que os problemas de segurança internacional não estão meramente relacionados com aspectos objetivos que ameaçam os Estados, mas esses problemas estão relacionados estreitamente com as relações entre indivíduo e emancipação humana. Assim, a condição de segurança em sentido forte tem, como precondição, a emancipação humana. Porém, em que condições esse overlap entre segurança internacional e emancipação acontece? A tese deste artigo é problematizar essas condições, que escapam ao diálogo endógeno dos critical securities studies (CSS). E que uma pista para operacionalização pode ser procurada nos diálogos entre a teoria crítica cosmopolita e a teoria liberal cosmopolita. Essa interseção, ou continuum, aponta a tese do artigo, é possível se os CSS atentam para dimensões do liberalismo político que têm sido negligenciadas, especialmente a democracia pensada em bases transnacionais e as possibilidades da sociedade civil transnacionalizada.
Critical securities studies; Teoria crítica; Cosmopolitismo liberal; Democracia transnacional