Resumo
O artigo defende que Maquiavel foi um pensador trágico. Após breve introdução sobre os aspectos centrais de uma visão trágica de mundo, apresento, na primeira seção, evidências de que o autor de O Príncipe poderia ter chegado a esta visão a partir das fontes disponíveis no seu contexto intelectual. Entre estas fontes, destaco a recepção do livro De Rerum Natura, de Lucrécio, na Florença renascentista. Na segunda seção, procuro explicitar a visão trágica do cosmos presente nos textos de Maquiavel, com ênfase na sua teoria do encontro (riscontro). Na terceira seção, defendo que diante deste cosmos trágico, Maquiavel coloca-se em favor de uma afirmação trágica, que aposta na virtù mesmo sabendo que seu sucesso depende de um encontro feliz com a Fortuna, que pode acontecer ou não.
Palavras-chave:
Maquiavel; Trágico; Teoria do Encontro; Lucrécio