Racional:
A obesidade está relacionada com diversas comorbidades, entre elas a doença hepática gordurosa não-alcoólica, que inclui desde esteatose isolada à esteatohepatite. Esta última pode evoluir para manifestações mais graves, como fibrose hepática, cirrose e hepatocarcinoma.
Objetivo:
Comparar a presença de fibrose hepática avançada antes e após cirurgia bariátrica em pacientes da rede particular e pública.
Métodos:
Foram estudados pacientes antes e após operação bariátrica das redes particular e pública. A presença ou ausência de fibrose hepática avançada foi avaliada através do NAFLD Fibrosis Score, método não invasivo que utiliza idade, IMC, relação AST/ALT, albumina, contagem de plaquetas e presença ou ausência de hiperglicemia ou diabete. As características dos dois grupos foram comparadas O critério de significância estatística estabelecido foi p<0,05.
Resultados:
Foram analisados 40 pacientes com idade média de 34,6±9,5 anos para rede particular e 40,6±10,2 anos para pública. Da amostra avaliada, 35% foram atendidos no sistema de saúde particular e 65% no sistema público, sendo 38% gênero masculino e 62% feminino. No pré-operatório da rede particular um (7,1%) paciente apresentou fibrose hepática avançada e evoluiu para ausência de fibrose hepática após o procedimento cirúrgico. Já na rede pública oito (30,8%) apresentaram fibrose hepática avançada no pré-operatório, sendo que no pós de um ano esse valor foi para seis (23%).
Conclusão:
A hepatopatia gordurosa não alcóolica na forma avançada é mais prevalente em pacientes obesos atendidos na rede pública do que nos da rede privada, sendo que a cirurgia bariátrica pode ser importante opção terapêutica em ambas populações.
Hepatopatia Gordurosa não Alcoólica; Fibrose hepática; Obesidade; Bariátrica