RESUMO
Racional :
O tempo de isquemia fria está relacionado ao sucesso do transplante hepático.
Objetivo :
Comparar o impacto do tempo dela sobre enxertos captados localmente com os distantes.
Métodos :
Avaliaram-se 83 transplantes. Os pacientes foram divididos em dois grupos: enxertos captados fora de Curitiba (n=42) e captados localmente (n=41). Dos doadores compararam-se causa do óbito, dias de UTI, parada cardíaca, drogas vasoativas, exames laboratoriais, gênero, idade e IMC. Dos receptores seguintes dados: tempos de isquemia fria e morna, tempo operatório, exames laboratoriais, causa da cirrose, MELD, idade na operação, gênero, biópsia do enxerto, uso de drogas vasoativas e necessidade de transfusões. Foi realizada avaliação de correlação entre o tempo de isquemia fria e os exames laboratoriais.
Resultados :
Os enxertos captados à distância foram submetidos a maior tempo de isquemia fria (500,3±145 min) quando comparados aos captados localmente (317,85±105 min). Os doadores de fora apresentaram níveis mais elevados de sódio no momento da doação (154±16 mEq/dl) comparados aos doadores de Curitiba (144±10 mEq/dl). Houve correlação entre o tempo de isquemia fria e os níveis de ALT e de bilirrubina total. Não houve diferenças ao comparar-se os demais dados.
Conclusão :
Enxertos captados à distância sofreram maior tempo de isquemia fria. Isso não refletiu nos prejuízos histológicos nem na demanda transfusional durante o pós-operatório. Houve correlação entre o tempo de isquemia fria e o grau de lesão hepática avaliada pela ALT e pela bilirrubina total.
DESCRITORES :
Transplante de fígado; Isquemia fria; Aloenxertos