O artigo desenvolve uma análise processual de socialidade como construída diariamente pelos Kaxinauá, um povo amazônico. Discute criticamente o uso de "sociabilidade" nas análises antropológicas dos povos da região, questionando a tendência de ver o "doméstico" como inferior ao "público", ou o local como englobado pelo global. Defende maior ênfase no ciclo econômico de produção e distribuição, troca e consumo, colocando o complexo processo de fabricação de gênero como aspecto central desta economia. A discussão crítica é ampliada através de um rápido percurso etnográfico, mostrando a centralidade das mulheres Kaxinauá na constituição da socialidade.
Socialidade; Gênero; Antropologia do cotidiano; Etnologia; Kaxinauá