O artigo tem por objetivo comparar os percentuais de participação política (filiação a sindicatos, associações de empregados, associações de bairros, associações esportivas/culturais, associações filantrópicas/religiosas; pedidos, reivindicações, sugestões e reclamações a políticos; filiações e militância em partidos políticos) de seis regiões metropolitanas do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte) nos anos de 1988 e 1996. Para tanto, utiliza uma subamostra da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1988 compatível com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) de abril de 1996, analisando as informações presentes nos suplementos sobre participação política que foram aplicados nessas duas pesquisas. Na análise destes dados, destaca o seguinte paradoxo: não obstante as mudanças institucionais e políticas ocorridas no país nos últimos oito anos, o número de pessoas que participam de associações em 1988 e 1996 é ínfimo na sociedade brasileira, ao contrário do que é descrito na literatura, que enfatiza o significativo crescimento do número de associações durante as décadas de 70 e 80.
Comportamento político; Participação política; Política brasileira; Associativismo