Este artigo discute o surgimento do cinema documental por meio da análise de suas variantes originais - o documentário, o documentário social e o filme etnográfico - em suas relações com as possibilidades que oferecem de conhecimento, ou acesso ao conhecimento, da realidade social a partir de seus fundamentos positivistas. Discute também o papel da "ficção" e da encenação do "real" nesses filmes, e questiona suas potencialidades epistemológicas ao investigar que tipo de informação essas imagens propõem. Por fim, o autor propõe a representificação como um conceito que supera os problemas e as inconsistências de noções comumente utilizadas para a análise da relação entre imagem e real reprodução, representação e duplo - ao recuperar o caráter construtivo essencial do discurso cinematográfico documental, ressaltando-se como significativa a relação entre imagem e espectador.
Documentário; Filme sociológico; Filme etnográfico; Representificação; Cinema documental