O colapso do ideal baconiano de boa ciência, o subseqüente insucesso dos empiristas do Círculo de Viena em estabelecer um ideal substituto e a pertinência da crítica de Pierre Duhem ao ideal racionalista levaram a reflexão sobre o que é boa ciência a subordinar-se a uma análise naturalística do processo de aquisição de conhecimento ou, simplesmente, a dissolver-se em uma sociopsicologia do conhecimento. Sugere-se que nenhuma dessas formas de capitulação seja necessária. A reflexão sobre o que é boa ciência, ou, para usar um termo mais familiar, a metodologia, pode reencontrar seu caminho se assumir a posição que, por assim dizer, lhe é de direito: a de carro-chefe da história da ciência. Argumenta-se que a metodologia foi conduzida ao fundo de um poço do qual não há mais como sair a não ser dando um salto vertiginoso, e discute-se a viabilidade deste salto.
Metodologia; História da ciência; Naturalismo; Sociologia do conhecimento; Epistemologia