Este artigo apresenta o argumento de Taylor acerca do mal-estar contemporâneo, cujo foco incide na crítica ao self pontual e à sociedade política daí decorrente. A postulação de uma identidade pessoal apenas possível pela interlocução referida a uma ordem normativa constitui o núcleo da reflexão efetivada, expressando a base do republicanismo de Taylor. Nesta representação da democracia, dou destaque ao conceito de bem comum, derivado de sentimentos e ações partilhadas. Nele incide a conexão entre linguagem e cultura, formulada de modo a conferir um valor intrínseco à cultura, e assim sustentar que o que é comum é um bem. Contesto tal formulação, argumentando ser possível rejeitar o relativismo ético sem recurso ao fundamentalismo, caso se aceite a impossibilidade lógica do reconhecimento de uma alteridade radical.
Republicanismo; Charles Taylor; Self; Ordem normativa; Bem comum