Este artigo analisa propostas utópicas apresentadas nas últimas décadas, que projetam alternativas ao capitalismo diante do colapso da experiência socialista. Nenhuma alcança a centralidade que o socialismo teve, o que se deve menos à incipiência das formulações do que à ausência de conexões com um movimento social. São discutidas quatro propostas: o socialismo de mercado (Roemer), que busca combinar a "eficiência" do mercado com a garantia de igualdade real; a sociedade de tempo liberado (Gorz), que realizaria os objetivos do comunismo desenvolvido de Marx; a renda cidadã (Van Parijs), que também universalizaria a possibilidade de dispor de tempo livre; e a sociedade lotérica (Goodwin), em que os bens sociais seriam distribuídos pelo acaso. Como contraponto, é discutida também a utopia anarcocapitalista, que prevê a absorção de todas as funções estatais pelo mercado.
Utopia; Socialismo; Mercado; Liberdade; Igualdade