Este artigo interpreta as décadas de formação da sociologia paulista (1940-1970) a partir das principais disputas entre instituições, grupos e atores ocorridas nesse contexto, unificado pela tentativa de explicar a recalcitrante modernização brasileira. Nessa direção, as sociologias específicas progressivamente constituídas eram antes perspectivas de análise do que especialidades propriamente ditas. Esta exposição toma como referência pares de alternativas, em torno dos quais se divergia então: ensaio e ciência, pensamento radical e conservador, teoria e pesquisa empírica, interpretações totalizadoras e dualistas, sociologia do desenvolvimento e da cultura. Com base nessas oposições, que não devem ser compreendidas rigidamente, as tensões constitutivas do período são demarcadas.
Sociologia paulista; Intelectuais; Ensaio; Ciência; Disputas acadêmicas