Este artigo analisa as diferenças entre a construção do discurso científico e os objetos da ciência, tendo como parâmetro a reflexão epistemológica de dois estudos: a obra de Latour e Woolgar (1997), que defende a tese de uma natureza socialmente construída dos fatos científicos, e a obra de Delaporte (1999), que analisa as condições que tornaram possível a constituição da doença de Chagas no Brasil. Posteriormente, apontam-se os limites da abordagem construtivista a partir da questão central de como lidar com objetos e fenômenos desconhecidos (não classificados, ou construídos cientificamente), como certos tipos de organismos ou de seres "não-humanos", que nos colocam em situações reais, por exemplo, de doenças e, às vezes, de morte.
Construção social das doenças; Vetores de doenças; Construtivismo; História da ciência; Doença de Chagas