Este artigo analisa as alterações que se processam no espaço estancieiro do Rio Grande do Sul a partir da década de 1990, em que os agentes dominantes veem suas posições ameaçadas. Os estancieiros, grandes proprietários de terra, criadores de gado extensivo, se enfraquecem econômica e politicamente com a desregulamentação dos mercados, o fim das políticas de proteção setorial e o processo de redemocratização do país. Abala-se a hierarquia, a honra e o reconhecimento neste espaço social, em que passa a haver agentes que se tornam tão ou mais poderosos do que eles. Mas se as trajetórias exitosas socialmente como senhores de terra são colocadas em questão, também o são os cálculos de comportamento econômico desses grandes proprietários e das formas de pensar e se pensar no espaço social.
Rio Grande do Sul; Patronato rural; Estancieiros; Cálculo econômico; Elites rurais