RESUMO
O artigo investiga, de um ângulo transnacional, a dimensão político-normativa inerente às reflexões sociológicas de caráter prático sobre o Brasil desenvolvidas pelos sociólogos rurais T. Lynn Smith e José Arthur Rios nos anos de 1940 e 1950. Suas propostas de intervenção, apontando para a reforma das estruturas sociais do campo e a multiplicação de formas de associativismo civil no país, foram gestadas em um momento em que o tema do desenvolvimento emerge com força no cenário global. Argumentamos que as sociologias de Smith e Rios se põem em continuidade com as teses de Oliveira Vianna acerca do insolidarismo e do peso do latifúndio na formação social brasileira, embora se articulem a estas de modo tenso ao visarem à efetivação da democracia política no país. Com base em textos-chaves dos sociólogos, e de fontes que lançam luzes sobre suas trajetórias, contextualizamos a produção intelectual de ambos, analisando igualmente o conteúdo de suas ideias e os diálogos travados com o pensamento social no Brasil.
Palavras-chave:
A história das ciências sociais; Pensamento social brasileiro; Democracia; Desenvolvimento comunitário; T. Lynn Smith; José Arthur Rios