Este artigo visa discutir efeitos dos recursos do Programa Bolsa Família (PBF) e do Benefício de Prestação Continuada (BPC) em dinâmicas sociais e econômicas locais. Nesse sentido, foi realizado um estudo de caso no município de Passa Tempo, no Estado de Minas Gerais, com dois focos: as ações desenvolvidas por entidades privadas de assistência aos pobres e as práticas de consumo das famílias que recebem esses benefícios. Os resultados mostram que os recursos federais destacados têm provocado adequações na atuação de entidades assistenciais ao contribuir para a redução do volume de suas demandas; além disso, sendo direcionados aos pobres e extremamente pobres, fomentam dinâmicas associadas ao consumo de bens e serviços de natureza privada. Conclui-se que a existência dos benefícios não contributivos representa o fortalecimento da ação do Estado na perspectiva do bem-estar social. Isso gerou a reacomodação dos grupos de ação caritativa, exemplificados, no caso de Passa Tempo, pelas conferências vicentinas e pela paróquia.
Política social; Transferência de renda; Filantropia; Economia local; Pobreza