O objetivo deste artigo é analisar aspectos da leitura de Herbert Marcuse da sociologia de Max Weber, privilegiando suas considerações sobre transformações na esfera política desencadeadas com o fim do período liberal do capitalismo. A partir de uma crítica imanente do pensamento weberiano, Marcuse correlaciona sua interpretação da imbricação entre a forma de dominação racional-burocrática e as lideranças de tipo carismático aos pressupostos materiais das sociedades modernas em seu decurso tardio. Mais do que um simples comentário sobre um clássico da sociologia, é possível reconstruir aspectos da teoria social do frankfurtiano por meio das críticas ao pensamento de Weber. Ademais, embora aponte para o predomínio de uma mesma racionalidade instrumental que se apodera de variados domínios da vida social, o diagnóstico marcuseano se afasta de uma compreensão unidimensional da “modernidade tardia”, ressaltando a atuação de suas contradições e seus antagonismos imanentes.
Sociologia alemã; Teoria Crítica; Max Weber; Herbert Marcuse; Racionalidade; Política